Paralisação Histórica: Deputados e Senadores Bloqueiam o Congresso por Anistia e Fim do Foro
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| Brasília |
Por Redação Política — 10 de agosto de 2025
O que aconteceu
Nos dias 5 e 6 de agosto de 2025, parlamentares, em sua maioria do Partido Liberal (PL), ocuparam as mesas diretoras da Câmara e do Senado, pernoitando nos plenários e impedindo a retomada dos trabalhos legislativos. Essa ação inédita teve como objetivo exigir que fossem pautadas pautas como a anistia geral aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 e o fim do foro privilegiado. Para simbolizar o protesto, os parlamentares colaram adesivos nas bocas e usaram correntes nos braços, numa forma de resistência silenciosa.0
Motivações por trás da ocupação
A onda de obstrução teve início após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF, que concedeu prisão domiciliar ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Os deputados exigiam que o Congresso decidisse pela anistia aos condenados pelo 8 de janeiro e pelo fim do foro privilegiado — o que beneficiaria diretamente Bolsonaro levando seu processo à primeira instância.1
Reação política e mediação do Centrão
A situação gerou forte tensão institucional e dividiu o Congresso. A retomada dos trabalhos só ocorreu após a intervenção do Centrão — principalmente PP e União Brasil — que negociou com os obstrucionistas o encerramento da ocupação com o compromisso (não garantido) de pautar as reivindicações.2
Retorno tenso dos trabalhos legislativos
Mesmo com a desocupação, não houve sinal claro de que as pautas da oposição seriam contempladas. A Câmara e o Senado retomaram as atividades, mas a anistia e outras demandas continuam sem previsão de votação.3
Posicionamento do Executivo
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reagiu com críticas à ação dos parlamentares. Em evento no Acre, ele defendeu que os congressistas que tentaram paralisar o Parlamento deveriam ser cassados. Lula ainda pediu ao senador Sérgio Petecão que não assinasse pedidos de impeachment contra Alexandre de Moraes, afirmando que a obstrução é antidemocrática.4
Impactos sobre pautas prioritárias
A ocupação atrasou a votação de projetos importantes, como a ampliação da isenção do Imposto de Renda, priorizada pelo governo. A obstrução gerou críticas de setores da sociedade e acirrou o embate entre os trâmites institucionais e os jogos políticos internos.5
Conclusão
O episódio marca uma das maiores rupturas institucionais recentes na história do Congresso. A paralisação, ao mesmo tempo inédita e simbólica, reflete o nível de polarização política atual e coloca o Centrão como árbitro de embates extremos. A eficácia das negociações e o futuro dessas pautas ainda estão por se definir.
Por Luane Jardim
